FATOS POLICIAIS

quinta-feira, 25 de julho de 2024

DOMINGOS AMADO

 


DOMINGOS AMADO, FOI GOVERNADOR DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE 30 DE JUNHO DE  1715 A 03 DE FEVEREIRO DE 1722

 

- Foi nomeado Capitão-mor da Capitania do Rio Grande por três anos a 12 de março de 1715 - esta a data de registro de sua Carta Patente; sua designação para o posto, contudo, ter-se-ia dado, conforme TAVARES DE LIRA (1982, p. 133), no ano anterior, precisamente em 2 de março de 1714, enquanto VICENTE DE LEMOS e TARCISIO MEDEIROS (1980, p. 33) situam-na em 6 de julho do mesmo ano. Consideremos a data do registro, não só por constituir tal ato o que a legitima e oficializa como, inclusive, por conciliar-se o entendimento destes historiadores com a opinião de CÂMARA CASCUDO (1989, p. 88). Quanto ao término do seu mandato, TAVARES DE LIRA e CÂMARA CASCUDO referem 3 de julho de 1718 e LEMOSMEDEIROS 2 de junho, um mês antes. Ficamos com os primeiros, presumindo dever-se a divergência informativa a erro tipográfico ou lapso na revisão do texto dos demais. Cumpre assinalar, não obstante, que estas explicações visam tão-somente evitar que algum leitor, notadamente dentre os menos familiarizados com o tema, venha a se confundir ao eventualmente examinar essas e/ou outras fontes. Com efeito, estes são pormenores que em nada, em absoluto, afetam ou deslustram o rigorismo cronológico que caracteriza este estudo posto que, sistemática e inexoravelmente, as datas de posse dos sucessivos capitães-mores correspondem – e não poderia ser de outra forma, – a do término dos exercícios precedentes respectivos, e a data da posse de Luis Ferreira Freire, o substituto de Domingos Amado, foi exatamente 3 de julho de 1718. Fica o registro. Nomeado em março, pois, a 7 de junho daquele mesmo ano de 1715 chegou à Vila do Recife onde, no Palácio da Torre, cumpriu os ritos preceituados pelo regimento, em presença do Governador de Pernambuco, então Dom Lourenço de Almeida. Veio para Natal, em seguida, assumindo o posto perante o Senado da Câmara em 20 de junho. Prestara serviços militares na Província de Beira, em Portugal, por quase dezenove anos, como soldado, sargento, furriel, alferes e, por fim, como capitão de infantaria, graduação de que estava investido quando veio para o Rio Grande. Participara de diversos combates, num dos quais, em conformidade com a descrição sumária do seu desempenho militar constante na carta patente (Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Mercês de D. João V – Comuns –, Livro 42, fls. 240), a frente de um terço de granadeiros, lutou à exaustão, até cair com “sete ferimentos penetrantes”; aí sendo preso e transportado para Bayonne, na França. Tal fato, deu-se no correr de 1707 e foi libertado em novembro daquele mesmo ano. No Rio Grande, quando de sua posse, encontrou o ambiente agitado: Aproveitando-se da circunstância de se ter ausentado do Açu, para ponto que ficava a três léguas, o Terço dos Paulistas, os índios renovaram os seus ataques e assaltos. Houve reclamação por parte do Senado da Câmara e o Capitão-General de Pernambuco ordenou que o referido terço voltasse a assistir no lugar que tinha sido determinado, o Açu, que continuava a ser o campo das maiores façanhas dos indígenas insubmissos (TAVARES DE LIRA, op. cit., pp. 133-134). Esta mesma informação diverge apenas em um ponto no texto de VICENTE DE LEMOS e TARCISIO MEDEIROS (op. cit., p. 34): Houve reclamação do Senado da Câmara e o Capitão-mor de pronto representou ao Governo de Pernambuco, que ordenou... (grifo nosso). CÂMARA CASCUDO assinala, outrossim, que Domingos Amado executou a Carta Régia de 9 de maio de 1714, registrada a 28 de junho de 1715, suspendendo o bando (proclamação, edital) do Governador de Pernambuco, Félix José Machado, que mandava prender e enviar para o Rio de Janeiro todos os tapuias, de sete anos acima, a fim de serem vendidos (1989, op. cit. p. 88). Vê-se este relato quase integralmente em TAVARES DE LIRA, destoando unicamente quanto ao mês de registro do ato régio, para este julho e não junho. Já VICENTE DE LEMOS e TARCISIO MEDEIROS creditam a iniciativa ao próprio Capitão-mor Domingos, ao enunciarem que, também para obter paz na região, conseguiu que fosse suspenso o bando (grifo nosso) que o Governador de Pernambuco, Félix José Machado, etc. (op. cit., p. 34). E sem mais ocorrências de vulto, permaneceu no posto até 3 de julho de 1718 – corno já foi dito –, data em que o transferiu ao sucessor.

FONTE – FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO

 


CAPITÃO-MOR DOMINGOS AMADO, FOI GOVERNADOR DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE 30 DE JUNHO DE  1715 A 03 DE FEVEREIRO DE 1722

 

DOMINGOS AMADO foi um militar com mais de 18 anos de experiência antes de ser nomeado capitão-mor do Rio Grande em 1715, todos eles na província da Beira, em Portugal, ocupando os postos de praça de soldado, sargento supra e do número, furriel-mor, alferes e capitão de infantaria. Assim como Salvador Álvares da Silva, seu antecessor no governo do Rio Grande, também participou intensamente dos conflitos

decorrentes da Guerra de Sucessão Espanhola, adentrando inclusive em território castelhano nas incursões que realizou. Em sua patente foi afirmado que era um homem de grande coragem, pois sempre avançava na vanguarda dos terços nos momentos de conflito. Tal coragem lhe rendeu “sete feridas penetrantes” e terminou sendo prisioneiro dos franceses. Após retornar a Portugal, não se sabe como escapou dos franceses, continuou a participar das batalhas relacionadas à dita guerra.242 Em 1720, quando já não era mais capitão-mor, tornou-se um cavaleiro professo na Ordem de Cristo e também passou a receber uma tença pelos seus serviços prestados.

A sua participação intensa na Guerra de Sucessão foi fator decisivo na sua escolha para capitão-mor por parte do Conselho, pois no parecer elaborado pelos conselheiros, foi afirmado que, dentre outros motivos, Domingos Amado deveria ser escolhido por “ter servido com grande satisfação na guerra presente em que recebeu sete feridas na batalha de Monança”.244 Somando-se a isso, sua experiência como capitão-mor do Rio Grande o deve ter feito merecedor de receber o hábito da Ordem de Cristo, mostrando que, de certa forma, essa experiência governativa o possibilitou ascender socialmente.

FONTE - LEONARDO PAIVA DE OLIVEIRA

DOMINGOS AMADO

  DOMINGOS AMADO, FOI GOVERNADOR DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE 30 DE JUNHO DE   1715 A 03 DE FEVEREIRO DE 1722   - ...